ALALÁ
Eu de noite iría de noite,
no medio do temporal.
Ir de día á luz do día
dáme medo, miña nai.
No fondo do teu ollare
unha gamela abanea.
Quen se puidera afogare
na ardora dunha misteira.
O que soño é verdade
como o silencio é un falare.
Se roubei o teu retrato
foi pra aprender a mirare.
Eu non sabía que había
tanta alegría nas bágoas
nin neve nas bidueiras
nin esperanza nas mágoas.
(Manuel Rivas)
ALALÁ (Tradução)
Durante a noite, eu iria
no meio da tempestade.
Ir de dia, à luz do dia,
me assusta, minha mãe.
No fundo do seu olhar
Um barco balança suavemente.
Quem poderia se afogar
no ardor de um mistério.
O que eu sonho é verdade,
Da mesma forma que o silêncio é um falar.
Se eu roubei teu retrato
Foi para aprender a olhar.
Eu não sabia que havia
tanta alegria nas lágrimas
nem neve nas bétulas
nem esperança nas mágoas.
(Manuel Rivas)
Músicas
Francisco Tárrega - Lágrimas (interpretada por Julian Bream)
Berrogueto - Alalá da Noite (versão musicada do poema de Manuel Rivas)
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