Jocê Rodrigues
Átman
Aprender a Olhar
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Aprender a Olhar

Leitura e comentário do poema de Manuel Rivas.
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ALALÁ

Eu de noite iría de noite,
no medio do temporal.
Ir de día á luz do día
dáme medo, miña nai.

No fondo do teu ollare
unha gamela abanea.
Quen se puidera afogare
na ardora dunha misteira.

O que soño é verdade
como o silencio é un falare.
Se roubei o teu retrato
foi pra aprender a mirare.

Eu non sabía que había
tanta alegría nas bágoas
nin neve nas bidueiras
nin esperanza nas mágoas.

(Manuel Rivas)


ALALÁ (Tradução)

Durante a noite, eu iria
no meio da tempestade. 
Ir de dia,  à luz do dia, 
me assusta, minha mãe.

No fundo do seu olhar
Um barco balança suavemente.
Quem poderia se afogar
no ardor de um mistério.

O que eu sonho é verdade,
Da mesma forma que o silêncio é um falar.
Se eu roubei teu retrato
Foi para aprender a olhar.

Eu não sabia que havia
tanta alegria nas lágrimas
nem neve nas bétulas
nem esperança nas mágoas.

(Manuel Rivas)


Músicas

Francisco Tárrega - Lágrimas (interpretada por Julian Bream)

Berrogueto - Alalá da Noite (versão musicada do poema de Manuel Rivas)

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