De acordo com Philippe Walter, químico especialista no estudo de materiais do patrimônio cultural, “Estudar a materialidade na criação artística significa não apenas compreender certas relações que a arte mantém com a sociedade técnica e científica, mas também, a longo prazo , descobrir os links entre as culturas e as cores”.
Na Idade Média, o comércio de cores (mais especificamente, das suas matérias-primas) foi responsável pelo enriquecimento e florescimento de regiões inteiras,
Nesse período, o glasto (também conhecido como erva-pastel), usado na fabricação do corante azul, passou a ser cultivado de maneira quase industrial.
Seus fabricantes e comerciantes rapidamente enriqueceram e regiões como Picardia, Turíngia, Toscana e Toulouse também prosperaram por conta do cultivo desse ouro azul.
Estima-se que pelo menos 80% da Catedral de Amiens, construída no século XIII, foi financiado por comerciantes de glasto. Fato que despertou a fúria dos comerciantes de granza, o corante utilizado na fabricação da cor vermelha.
A competição foi tanta que até mesmo medidas bem pouco cristãs foram adotadas na guerra entre as cores. Neste episódio, você conhece um pouco mais sobre isso, por meio de uma anedota inusitada.
Bibliografia
Philippe Walter - Sur la palette de l’artiste: la physico-chimie dans la création artistique (Fayard, 2014)
Michel Pastoureau e Dominique Simonnet - Breve Historia de los Colores (Paidós, 2006)
Michel Pastoureau - Red: The History of a Color (Princeton University Press, 2000)
Michel Pastoureau - Blue: The History of a Color (Princeton University Press, 2018)
Músicas
Johann Sebastian Bach - Prelude in C minor, BWV 999 (interpretado por Julian Bream).
Johann Sebastian Bach - Prelude, Fugue and Allegro in E flat Major, BWV 998 - III. Allegro (interpretado por Julian Bream).
Johann Sebastian Bach - The Well-Tempered Clavier: Book 1, 1.Prelude in C Major, BWV 846 (interpretado por Lang Lang).
Niccolo Paganini - 24 Caprices, Op. 1: No. 5 in A Minor (interpretado por Itzhak Perlman).
Share this post